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"SUA PRESENÇA É O MOTIVO DO NOSSO GRUPO, COMPAREÇA"

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Reunião 29/07/2010

Uma estória de sapo

Um dia, nasceu um sapinho e, quase que no momento do seu nascimento, ingênua e inadvertidamente, caiu num buraco: ploft! Ali ficou. Era razoavelmente amplo, tinha água, era escurinho, aquecido, livre de perigos, havia o necessário para a sua sobrevivência, enfim, era um mundo maravilhoso.

O tempo foi passando, o sapinho transformou-se em sapo, sapão... e um sapão gordo, inchado e numa zona de conforto, daquela que ele pediu a Deus.
Num certo dia, ele acorda em meio a um barulho estranho e novo, para o mundo em que vivia: caiu bem perto dele, um bicho estranho e meio peçonhento.
"-Ué! Quem é você?!"- pergunta ele, assustado.
"-Sou um sapo, ora!" -respondeu o estranho visitante. "-Mas, sapo sou eu!" -questionou o habitante do buraco.
"-Meu amigo, existem milhares de sapos no mundo lá fora." -retrucou o outro.
"-Mundo lá fora?! Como assim?" -indagou o dono do buraco.
"-É, meu amigo... o mundo lá fora é maravilhoso. E uma das coisas que faz com que ele seja mais maravilhoso ainda, são umas criaturinhas especiais, razão maior da nossa vida de sapo: as sapinhas. Além disso -continuou ele- é magnífico o entardecer, quando ficamos todos juntos, cantando nas lagoas e nos alimentando dos mosquitos que voam desgovernados."
"-Lagoas?! Mosquitos?!" -mais surpresas para o velho e acomodado sapo.
"-E tem mais: quando anoitece, é lindo o céu cheio de estrelas!" -ressaltou romanticamente, o sapinho sapeca.
"-Epa! Aí você não me pega. Eu, também, todas as noites, consigo contar quatro a cinco estrelas, vistas daqui de casa." -gabou-se o acomodado.
" -Não, meu amigo. Vemos milhões e milhões de estrelas..."
E, assim o sapinho foi dissertando sobre as belezas e vantagens do mundo lá fora. Mas, parou um pouco e, reflexivamente, prosseguiu: "Por outro lado, tem um bicho terrível, do qual precisamos ter muito cuidado e que não tem reconhecido como somos úteis no processo de equilíbrio do meio ambiente... quando a gente menos espera, ele chega, de repente e chuta a gente e a gente rola, rola, que parece uma bola murcha... joga sal em nosso dorso... coloca álcool em nossas costas e depois (ai!) ateia fogo e a gente sai pulando, pulando, no desespero das labaredas queimando em nosso corpo: é o bicho-homem. Além do homem, tem outro bicho traiçoeiro, peçonhento, e que precisamos estar sempre em alerta: as cobras. Mas, é bom. Bom não... é maravilhoso viver e amar nesse mundão todo lá fora!... Bem, tá ficando tarde. Eu vou dar um pulinho e continuar meu passeio."
"-Pulinho?!" -surpreendeu-se, mais uma vez, o sapo do buraco.
"-Sim, meu amigo. Sapo pula. E, a propósito, você não gostaria de vir comigo?"
"-Pensando bem, com esse negócio de 'homem'... de 'cobra'... desses perigos todos que você falou, acho melhor não. Prefiro ficar por aqui. Pelo menos, aqui eu já sei que tá bom. Pode ir... eu tô muito bem aqui."
E ali ficou o sapão: gordo, feliz, inchado e acomodado.
Fonte: Histórias e Fábulas Aplicadas a Treinamento - Albigenor e Rose Militão

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Reunião 22/07/2010

A estória que James Aggrey, político e educador, contou ao seu povo numa reunião de lideranças populares em 1925 é a seguinte:

"A águia que (quase) virou galinha"
Sobre uma águia que foi criada num galinheiro. E foi aprendendo sobre o jeito galináceo de ser, de pensar, de ciscar a terra, de comer milho, de dormir em poleiros...
E na medida em que aprendia, ia esquecendo as poucas lembranças que lhe restavam do passado. É sempre assim: todo aprendizado exige um esquecimento... E ela desaprendeu o cume das montanhas, os voos nas nuvens, o frio das alturas, a vista se perdendo no horizonte, o delicioso sentimento de dignidade e liberdade...
Como não havia ninguém que lhe falasse destas coisas e todas as galinhas cacarejassem os mesmos catecismos, ela acabou por acreditar que ela não passava de uma galinha com perturbação hormonal, tudo grande demais, aquele bico curvo, sinal certo de acromegalia e desejava muito que seu coco tivesse o mesmo cheiro certo de coco das galinhas...
Um dia apareceu por lá um homem que vivera nas montanhas e vira o voo orgulhoso das águias.
"Que é que você faz aqui?", ele perguntou.
"Este é o meu lugar", ela respondeu. "Todo mundo sabe que as galinhas vivem em galinheiros, comem milho, ciscam o chão, botam ovos e finalmente viram canja: nada se perde, utilidade total..."
"Mas você não é galinha", ele disse. "É uma águia." "De jeito nenhum. Águia voa alto. Eu nem sequer voar sei. Pra dizer a verdade, nem quero. A altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando, passo a passo..."
E não houve argumento que mudasse a cabeça da águia esquecida. Até que o homem, não aguentando mais ver aquela coisa triste, uma águia transformada em galinha, agarrou a águia à força e a levou até o alto de uma montanha.
A pobre águia começou a cacarejar de terror, mas o homem não teve compaixão; jogou-a no vazio do abismo. Foi então que o pavor, misturado a memórias que ainda moravam em seu corpo, fez as asas baterem, a princípio em pânico, mas pouco a pouco com tranquila dignidade, até se abrirem confiantes, reconhecendo aquele espaço imenso que lhe fora roubado. E ela finalmente compreendeu que o seu nome não era galinha, mas águia...
Fonte: 100 Jogos Para Grupos - Ronaldo Yudi K. Yozo